Reflexões conjuntas – nosso trabalho ficou o melhor que dava pra ficar?

Faaaala pessoal, tranquilo demais?

Aqui ta tudo na paz.

E somos todos nós, juntando-nos para o que é o provável último post em conjunto.

😦

Mas a vida segue, então vamos começar pra ganhar tempo:

Bom, o projeto MNM tá quase no fim e agora nos resta refletir sobre o que a gente fez como um grupo e o que poderíamos ter mudado e/ou mudaríamos depois de concluído o documentário.

A gente sabe que acompanhou o projeto com muita dedicação e aprendeu muito com ele, siceramente, como a gente já falou em posts individuais ao longo dessa semana. Mas, depois de nos reunirmos umas quatro vezes pra discutir depois da entrega do documentário, ficou claro pra gente que a gente poderia ter feito tanto a mais.

Primeiramente, deliberamos sobre a escolha do nosso tema. Sim, uma coisa tão primordial no trabalho quanto essa entrou mesmo em discussão após seu fim. O Feliz ficou até hoje ressentido que não fizemos sobre travestis, mas os outros três chegaram em uma dúvida um pouco mais crucial: será que deveríamos ter abordado todos os tipos de artistas de rua, não somente os músicos? Quer dizer, faria muito sentido. Somos “o artista da metrópole”, não “o músico da metrópole”, e até entrevistamos um ator de rua no nosso mini-doc! Mas também pensamos que isso poderia tornar o tema muito abrangente e vago, tornando o documentário uma visão nem um pouco aprofundada da realidade, e quem quer isso?

Outra coisa que discutimos foi o nosso real empenho no projeto. Na nossa cabeça, tava tudo perfeito, fizemos e tudo que dava e show de bola. Mas a gente percebeu que não, que parece que faltou um tchan. Por exemplo, poderíamos ter feito mais entrevistas formais com músicos, pra pegar mais e mais interessante material. O que a gente conseguiu foi bom, mas será que foi o melhor que dava?

Por último, a edição: nós temos que admitir que ficou boa, não ficou ruim não. Mas talvez, quem sabe, teria sido melhor deixar menos cenas ininterruptas dos nossos entrevistados falando, colocando umas cenas da cidade, ou ilustrando o que eles tavam dizendo, talvez. Mas o trabalho de sincronia de áudio e imagem ficou incrível e, no geral, a edição ficou boa sim.

Artista ou músico?

Mais entrevistados?

Edição mais evoluída?

Quem sabe, poderíamos ter feito um trabalho melhor. Mas isso não nos impede de ficar orgulhosos com o nosso produto final, tão trabalhoso (e já já liberado para que postemos aqui no blog).

Fizemos um bom trabalho – com seus defeitos, mas defeito tudo tem.

Estamos sim orgulhosos.

E com razão.

Os blogueiros da música, reunited once again

Luis Antonio Arruda: o M1t0

Olá pessoas!

No dia 3 desse mês, entrevistamos o Luis, um cara gente boa demais, músico extremamente habilidoso, que tocou na rua por um tempo e tinha muito o que compartilhar com a gente sobre isso.

Primeiro de tudo, a gente tem realmente que exaltar o quão animal é o Luis. Ele é multi-instrumentista, ou seja, além de tocar bem, toca bem muitas coisas. Num quarto de sua casa, pudemos encontrar:

  • uma penca de violões;
  • uma série de baixos;
  • muitos, mas muitos mesmo instrumentos de sopro, desde o mais grave até o mais agudo – clarinete, saxofones, flauta transversal, entre vários outros;
  • um piano;
  • uma bateria;
  • coleções intermináveis de LPs e cadernos de estudos.

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Segundo que ele falou umas verdades dolorosas sobre a realidade do músico no Brasil, expondo muito claramente sua opinião sobre música e música na rua. Mas isso veremos no mini documentário, não é mesmo?

Abraços a todos,

Os blogueiros da música

Jegue Elétrico, Marla’s Mind, cicleta e essas pá de coisas da Paulista

E aí!

Domingueras, dia 23/08/2015, e dia de fechar a Paulista prum passeio exclusivo de bicicleta, nós d’O Artista da Metrópole fizemos nossa 2ª entrevista. As escolhidas da vez foram as meninas do Marla’s Mind, Gabriela (Gabi), Michele (Mi) e a Carol (Cá) (essa aqui é a página delas no Facebook https://www.facebook.com/marlasmind?fref=ts). Fomos até a Paulista nesse dia assistir à apresentação de rua delas e fazer a entrevista e acabamos presenciando, sem querer, um dia de bicicleta na Paulista num esquema “Car Free”, ou seja, SEM CARROS NA RUA!!!

As meninas arrasaram no show. Elas começaram a tocar às 3 horas e às 3h01 já tinha um monte de gente em volta delas vendo elas tocarem e se deliciando com o Rock genuíno e criativos delas. Foi supimpa. Depois de uma hora de show, muitos aplausos, muita dançaria e muita diversão, elas pararam de tocar. Nessa hora, era pra gente ter começado a entrevista, mas acontece que um bloco de Carnaval começou a passar no meio da Avenida Paulista, então o som ficou muito alto pra que conseguíssemos gravar. O lado bom disso foi que nós dançamos na marchinha de do Jeque Elétrico – e foi muito animado e divertido. Na verdade esse nós representa só o Feliz e o Reale, porque o Magaldi e o Junqueira não dançaram; só os dois primeiros que foram corajosos o suficiente pra superar a vergonha de dançar publicamente samba. Os dois envergonhados ficaram filmando os “dançarinos” enquanto riam da cara deles. Atitude esta digna diante do desastre que foi a dança…

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Screenshot (6 de setembro de 2015 18_41)

Depois do momento ridiculamente tosco – mas divertido – tentamos começar a entrevista. Nessa hora pensamos: “A Paulista ta sem carro, livre pros pedestres e ciclistas. Poderia haver chance mais genial do que esta de filmar uma entrevista no meio da Avenida Paulista???” Não, não teríamos outra chance tão incrível, por isso começamos a gravar no meio da rua mesmo. Acontece que nossa ideia não levou em consideração uma coisa: às 5 horas a Avenida reabriria e já eram 10 pras 5. Então no meio da gravação, a PM chegou e tirou a gente do meio da rua. Aí tivemos que procurar outro lugar para gravar. Uma lástima ter perdido tamanha oportunidade.

No fim, a entrevista foi ótima: as 3 integrantes da banda eram super legais, engraçadas e simpáticas e deram depoimentos super interessantes sobre a rua e a música nela. Em suas falas havia uma visão muito otimista do espaço urbano como um espaço de manifestação cultural e de proximidade com o público. Ficamos muito felizes com o resultado.

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Um dia lindo e muito Rock and Roll!

Um dia lindo e muito Rock and Roll!

Olha só a multidão que elas pararam!

Olha só a multidão que elas pararam!

Aqui, agora, queremos agradecer muito à Marla’s Mind pela entrevista. ❤

Abraços,

Os blogueiros da música.

Danúbio e seu sax!

E aí gente!

Nessas últimas semanas a gente foi bastante pra Paulista pra conhecer uns músicos e começar nossas filmagens do documentário e do argumento (que já foi postado aqui e ficou bem daora, na real) e conhecemos esse cara da foto, o Danúbio!

Nóis e o grande Danúbio!

  Nóis e o grande Danúbio!

Ele fica nos dias de semana em horário de almoço lá no cruzamento da Paulista com a Augusta, perto do Conjunto Nacional, e faz um som muito legal, recomendamos passar por lá pra ouvir.

Se tudo der certo, a gente vai entrevistar ele pro documentário!

Primeiro, a gente queria ressaltar que ele é gente boa demais, foi super acolhedor e conversou na boa com a gente.

Segundo, o cara toca bem demais, é impressionante.

E terceiro, e pior, foi triste ver que, além de nós quatro, das centenas – talvez milhares! – de pessoas que passaram por nós enquanto ele tocava, a gente conseguiu contar na mão quantas pararam pra ver e saborear aquela música: 8 pessoas.

É uma pena que as pessoas não consigam entender o valor que tem a música, a cor que ela dá pros dias tão cinzentos que se tem na cidade.

😦

Os blogueiros da música tristes pela população da cidade

Mas…e a música?

Já falamos em um dos nossos últimos posts (https://mnm152ag7.wordpress.com/2015/06/06/musicos-quem-2/) quem são esses músicos de quem estamos falando, mas você ainda deve se perguntar: “O que tem a música de tão especial nessa nossa São Paulo?”A música ameniza o ambiente caótico de nossa metrópole, uma vez que reumaniza os paulistanos com suas notas, tirando-os da mentalidade de que devem sempre trabalhar para a cidade funcionar . Essa ideia é explicada por Tato Taborda em um episódio do programa Arte do Artista da TV Brasil. De acordo com Taborda, assim que o músico de rua começa a tocar, o som de seu instrumento se propaga em círculos, sendo amplamente escutado pelos transeuntes apressados que andam em uma trajetória retilínea. Com isso, essas pessoas param e formam círculos, parando suas vidas e caminhadas para escutar essa música, deixando de lado preocupações e deveres que existem em uma sociedade como a paulistana. Além disso, a música na rua atravessa, segundo Taborda, uma série de barreiras entre quem produz o som e quem recebe-o, já que não necessita ser patrocinada e levada para um público em um local preestabelecido, o que torna possível uma grande aproximação entre esses dois grupos, como nós mesmos tivemos ao conversarmos com músicos de rua.

Essa concepção da música como aliviadora do cenário metropolitano é abordada também no artigo “A Arte como trabalho na Avenida Paulista” (UERJ) de Tiago Marin, Elisa Hueb e Tatiana das Neves. Segundo eles, o músico ao desafiar um local com grande quantidade de barulho funciona como um mímico a distância e, como consequência, para ouvir sua melodia, os transeuntes devem aproximar-se dele e mais do que isso, é preciso esquecer-se da vida, de como chegou-se até ali e por que, para assim, a concentração na música ser a mais alta. Nesse momento, aquele que recebe o som já esqueceu daquela mentalidade de trabalho excessivo e mesmo que o horário seja o de pico, não percebe o caos ao seu lado.

Referências

TABORDA, Tato: A importância da música de rua: URL=http://tvbrasil.ebc.com.br/artedoartista/episodio/arte-do-artista-destaca-a-importancia-dos-musicos-de-rua

MARIN, Tiago Rodrigo; HUEB, Elisa Maluf; NEVES, Tatiana Freitas Stockler das: A Arte como trabalho na Avenida Paulista: URL=http://www.mnemosine.com.br/ojs/index.php/mnemosine/article/view/234; 2011

-Blogueiros Da Música

Músicos? Quem?

Já aqui falamos sobre os músicos de rua, que é nosso tema, mas falamos de alguém que não existe ainda. Não existe, porque não dissemos quem são esses músicos. Então este post tem o objetivo de explicar-lhes quem os são. A imagem que vocês devem ter dos músicos é aquele estereotipada de que eles são vagabundos, folgados, analfabetos, e que tocam nas ruas porque não conseguem fazer outra coisa da vida. Tiago Marin, Elisa Hueb e Tatiana das Neves explicaram da onde vem este estereótipo no artigo “A Arte como trabalho na Avenida Paulista” (UERJ). De acordo com eles, há uma visão de que a rua é um local irregular de trabalho, em que não há a necessidade de pagar impostos. Esta imagem faz com que os artistas de rua pareçam ser profissionais irregulares e não autorizados, meio ilegais, que usam as ruas às escondidas e vivem fugindo da polícia. Daí o primeiro estereótipo de vagabundos e folgados. A outra parte vem de uma incompreensão do público em entender a atividade deles: tocar na rua. A pressa nas ruas para ir do trabalho para casa e da casa para o trabalho num ciclo infinto, impede os transeuntes de apreciarem a arte, na maioria dos casos. E sem entender o porquê de tocar nas ruas estes passantes ficam com a ideia de que é por não conseguirem arranjar um emprego, talvez por serem analfabetos, ou talvez por serem folgados apenas. Um nobre exemplo dessa recusa da população em relação aos músicos é o do violinista Joshua Bell. Joshua é um dos violinistas mais famosos do mundo e numa noite, depois de um concerto, ele foi tocar em um metrô nos Estados Unidos. O vídeo a seguir demonstra o que aconteceu:

Mas será que eles são de fato esses vagabundos irregulares, que tocam nas ruas por desemprego? Pelas pesquisas da São Paulo Turismo, conseguimos encontrar um perfil socioeconômico dos artistas de rua baseado em entrevistas com eles. Mas note: são artistas de rua em geral e não somente músicos. Porém, isto não importa muito, uma vez que 61% desses artistas são músicos. Esta pesquisa foi feita com uma amostra de 104 aristas de rua e 20 grupos em todas as regiões de São Paulo: desde o Centro, Paulista e 25 de Março, até Moema, Liberdade e Anhangabaú. Estes artistas completaram, majoritariamente, o ensino fundamental e o médio e poucos são os extremos, que não estudaram ou que completaram o ensino superior e fizeram pós graduação. Além disso, eles são jovens (menores de 40 anos), homens, brasileiros e residentes de Sampa, sendo que a origem deles é do Sudeste e do Nordeste, basicamente. A maioria deles é solteiro, mas ainda há uma grande porcentagem de casados. E a concentração deles se resume ao Centro (70%) e à Paulista (12%). Segue a abaixo alguns dos gráficos construídos pela SP Turismo:

Perfil dos artistas de rua
Perfil socioeconômico 
Perfil dos artistas de rua
Motivação, ocupação e apresentações

Referências

MARIN, Tiago Rodrigo; HUEB, Elisa Maluf; NEVES, Tatiana Freitas Stockler das: A Arte como trabalho na Avenida Paulista: URL=http://www.mnemosine.com.br/ojs/index.php/mnemosine/article/view/234; 2011

São Paulo Turismo: Artistas de rua: levantamento e pesquisa de perfil; URL=http://www.observatoriodoturismo.com.br/pdf/artistas_rua.pdf; 2012

– Blogueiros da música

Sax in the Beats

O cavalo e o panda. A bateria e o sax. Os viajantes e amigos. Os músicos e humoristas. John Paiva, 25, e Nilton Dusax, 23, são dois jovens entusiastas com a música que cerca de dois anos atrás resolveram revolucionar sua arte na rua de um modo um tanto quanto…. Excêntrico: Cabeças de cavalo e panda! Além de suas majestosas habilidades em seus respectivos instrumentos, os músicos sabem como ser criativos e inovadores. Não falarei mais sobre eles, pois há uma entrevista em que os próprios falam deles mesmos! Segue aqui o vídeo:

– Ricardo Feliz

Tema: qual é e como escolhemos!

E aí gente, beleza?

Pois bem, chegou a hora de escolher um tema para nosso glorioso Móbile na Metrópole. Chegar a um recorte temático específico é uma tarefa difícil, e experienciar essa decisão na pele é um horror. Para vocês terem uma ideia, quando nos reunimos para decidir o tema cada um veio com uma ideia diferente, algumas boas, outras nem tanto. Fernando sugeriu a vida noturna em São Paulo, ideia que concluímos ser muito abrangente; Rodrigo logo de início pensou em tratar de desconstruir a imagem violenta de nossa cidade; Henrique sugeriu  a questão da música de rua; Ricardo, por fim, argumentou fervorosamente e até o último segundo que tratássemos da prostituição, que o restante de nós rechaçou instantaneamente.

Como decidir entre essas opções e tantas outras que surgiram? Novamente, houve brigas intensas, que, pelo jeito, vão ocorrer em toda reunião do grupo.

Sabíamos, desde o princípio, que o tema deveria ser acordado entre todos, e amado por todos. Até aí já era meio caminho andado.

De todos os temas, o que mais se encaixava no nosso perfil era a música. Somos músicos, nós quatro. Mas simplesmente “música” é muito vago e por isso ficamos preocupados com a problematização desse tema. Há alguma? Fugiríamos à abordagem que fôssemos escolher, ou conseguiríamos lidar com a situação? Essa preocupação durou pouco, porque rapidamente concluímos que ia ser bem legal explorar a história dos músicos, imaginando desconstruir a imagem de que essa arte só existe por conta do padrão social desses artistas.

Queremos investigar como a sociedade os vê e como eles mesmos se veem.

– Os blogueiros da música