Eu e minha querida Sampa

E ai pessoal, como foram no Enem? Fiz a prova como treineiro, mas me senti bem cansado. Esta imagem diz tudo:

ENEM3

Bom, estou aqui, escrevendo outro post, para contar para vocês, queridos leitores, como está minha relação com São Paulo após os três dias e após o MNM como um todo.

Em primeiro lugar, gostaria de confessar que a minha relação com São Paulo mudou radicalmente com os três dias. Depois de perambular com o Grupo 7 por três longos dias, passei a enxergar a cidade com outros olhos. Como disse em um de meus relatos, muitas das coisas que não reparava, passei a reparar. Perdi preconceitos, principalmente em relação à arte, uma vez que o roteiro do grupo tinha a arte de rua como tema principal. Após os três dias, fiquei realmente com vontade de sair por São Paulo para encontrar informações sobre o meu tema. Deu vontade de ir para a Paulista, de conhecer pessoas que nunca imaginei que pudessem ser tão interessantes. Perdi até o medo de andar de transporte público, o número de vezes que andei de ônibus e metrô para ir para casa aumentou muito.

Durante as filmagens, tive contato com pessoas incríveis, o que ajudou na minha relação com São Paulo. Algo muito importante que ocorreu foi a percepção e a desconstrução de um estereótipo que tinha, o com os próprios músicos. Com o passar do tempo, à medida que realizávamos mais entrevistas e conheciamos pedestres e músicos de rua, percebemos que nós quatro, os integrantes do grupo, tínhamos, no fundo, a impressão de que os músicos estavam na rua pelo dinheiro e a partir dessa noção, desconstruímos o nosso estereótipo para assim fazer o mini-doc. Entretanto, não conseguimos colocar toda essa mudança no mini-doc e no blog, justamente por conta da decaída que tivemos em relação ao projeto , como disse no meu último post. Essa decaída se deve, em linhas gerais, porque estávamos com altas expectativas de recompensa pela desenvolvimento do mini-doc, sendo que estas não se referem a nota, pelo menos ao meu ver, mas, as recompensas que tivemos com o desenvolver do mini-doc são muito menores que as dos três dias.

Para fechar, é claro para mim que o MNM trouxe grandes resultados na minha relação com a cidade e espero que essa relação mude, mas mude para melhor. A única coisa que tenho que confessar é que os três dias proporcionaram uma relação maior entre nós e a cidade do que a própria parte de montagem do documentário. Mas, o MNM, como um todo, realmente tornou mais próxima a minha relação com a minha querida Sampa.

-Reale.

Viagens na Nossa Terra – O original!

Fala aí galera!

Magaldi aqui.

Primeiro de tudo, queria dizer que eu não vou mudar o post que eu fiz antes falando da impressão geral de cada dia, porque deu trabalho demais pra ser mudado agora, mesmo que ele já fale alguma coisas mais gerais sobre os dias 1 e 2 (https://mnm152ag7.wordpress.com/2015/05/10/os-tres-dias/). Quanto ao dia 3, já tem a video-reportagem sobre ele, então cliquem aqui no e assistam :).

Segundo de tudo, o post vai acabar sendo meio longo, então já peço desculpas aos que tem preguiça de ficar lendo. Prometo deixar com uma linguagem menos chata e cansativa do que o normal

Terceiro de tudo, vamos lá:


DIA 1

Acordei cedo pra &#!”% nesse dia, deviam ser umas 5 horas da manhã, porque meu despertador tocou mais cedo do que eu esperava (porque a anta que programou ele programou pra mais cedo do que precisava). Deve ter sido porque eu fiz isso umas 2 da manhã no dia anterior, então vocês podem ver, só escolhas boas que o gênio fez. Enfim, cheguei na escola no horário previsto, eram umas seis e pouco, deixei a mala de roupas e tal no ônibus fretado que ia levá-la pro hotel, e fui pro local onde estava o roteiro 1, em que eu me havia inscrito. Depois de algumas orientações gerais, não chamar atenção e tal, proteger bem as suas coisas, além de algumas normas de segurança que todos nós fizemos juntos (uma chamada coletiva e alguns grupinhos menores de 2 ou 3 pessoas pra tomarem conta umas das outras), saímos pra pegar o ônibus na Santo Amaro e ir ao nosso primeiro destino, o grupo, o João (nosso professor de literatura), a Thais (monitora de história) e o Josafa (monitor da Uggi, empresa de turismo que nos acompanhou na viagem).

*sobre essa de não chamar atenção, algumas meninas do nosso grupo simplesmente ignoraram e ficaram cantando O TEMPO TODO. Se vocês estiverem lendo isso, meninas, adoro vocês, mas qual é vai.

Nosso primeiro destino era a ocupação no antigo Hotel Cambridge. E o que eu tenho a dizer sobre ela é que foi realmente marcante e impressionante. Tem bastante coisa sobre isso no outro post, mas eu quero frizar que não é nada como eu esperava. A organização, a limpeza, os mutirões, a união. Foi bastante emocionante ver aquilo e perceber que a FLM (Frente de Luta pela Moradia) é muito mais do que gente indigente invadindo locais privados. É uma nação que procura justiça e direitos que deveriam ser concedidos sem a menor objeção.

Depois disso, fomos a pé ao CRAI – Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes -, que ficava a poucos quarteirões dali. Meu amigo Vini errou o caminho algumas vezes mesmo olhando no Google Maps do celular e foi aí que as meninas começaram a cantar. Mas no fim deu tudo certo, e chegamos aonde precisávamos chegar. Eu tinha altas expectativas, trazidas pelo momento fantástico que passamos na ocupação, mas é… bom, não foi tudo isso não, nem perto pra falar a verdade. Uma pena, porque o lugar era muito bom e tinha um objetivo puramente social, demais. A visita foi chata não sei se por causa do sono e porque a mim realmente não me interessava muito. Quer dizer, é claro que vejo a importância do trabalho deles, é fundamental, e me preocupo com a situação dos imigrantes, mas só não tinha aquele algo a mais, sabe? Pelo menos não foi muito longa a visita. E se eu pareço meio rude falando sobre o CRAI, espera só mais um pouco até eu falar da Vai-Vai

Enquanto o Vini se perdia mais um pouco e as meninas continuavam a cantarolar, andamos até a sede da Vai-Vai, e eu pensei que ia ser daora, por mais que não aprecie carnaval. Galera ensaiando, uma barulheira, carros alegóricos e tal. MAS QUE NADA, sonho meu. Ô lugarzinho morto, o inferno possuindo escola de samba. Era uma sala vazia, com a bandeira da escola e os troféus que ela já ganhou. Galera ensaiando? Que nada. Silêncio absoluto. Carros alegóricos? Vish, nem sinal. Pelo que eu entendi eles tavam do lado do sambódromo, sei lá. E como se um lugar chato não fosse suficiente, pessoas chatas entraram.

Foi a morte lenta.

Com todo o respeito (se é que ainda posso chamar isso de respeito sem ser hipócrita), mas foi muito, muito, muito chato. Tipo, muito. Primeiro entrou uma mulher pra falar com a gente, entrou meio quieta, sem falar nada. Acho que o nome dela era Nilza, mas não tenho muita certeza não. Ela então desenbestou a falar. E falou, e falou, e falou, e falou mas sem sair do lugar. Chegou depois um homem. O nome dele era Liberto. Os dois eram diretores do lugar, faziam parte do grupo de chefões. Bom, mas ele falava também demais e demais e demais. Ele começava a falar com um grito, certeza que era só pra me acordar do meu estado vegetativo, daí abaixava a voz pra gente ter que se esforçar pra ouvir ele falar. E era meio surreal, non-sense o que eles falavam. Ele começava a falar, ela interrompia falando mais alto e ele abaixava a cabeça e continuava falando baixinho, baixinho, só pra ele ouvir. Foi uma loucura. Ainda por cima, bem no começo da conversa, a Nilza mencionou que o lugar em que iríamos almoçar era divino, maravilhoso, foi descrevendo as comidas, e continuou falando por o que pareceram ser treze horas e meia. Acho que eles não entenderam muito bem o propósito de nós termos ido lá. Na verdade, acho que eu não entendi o propósito de termos ido lá.

Mas depois conseguimos sair de lá, finalmente, e o Vini se perdeu, e as meninas cantavam (acho que foi por aí que criaram o nome do grupo, Viagens na Nossa Terra, teve até musiquinha com o nome), e chegamos à cantina Conchetta, no coração do Bixiga. E não é que a Nilza estava certa? Comida maravilhosa, nunca vi. E com direito a panelaço, foi muito divertido (e muito, mas muito barulhento, deu até dor de cabeça).

Depois do almoço seguimos pra um museu da história do Sr. Walter Taverna, criador da Conchetta e de vários outros símbolos de São Paulo e do Bixiga. O guia de nossa visita deixou bem claro que Walter não só tinha ideias, mas as tornava realidade, e nos disse para fazer o mesmo: seguir nossas ideias e intuições. Bem óbvio, mas faz a gente pensar, né?

De lá, fomos a outra galeria de arte, que foi bem mais legal, por sinal. Tinha uns artistas meio alternativos, uns LPs de bandas mais recentes mas que estão fora do grande mercado, e que som maneiro que essas bandas tinham. Não entendo até agora porque eu não comprei.

Depois disso, fomos visitar uma Igreja barroca, Nossa Senhora da Boa Morte, e era muito bonita. Mas a parte mais incrível é que o grupo, barulhento como era nas ruas, fez um silêncio inacreditável do momento em que pisou dentro da Igreja do momento em que saiu. Respeito, mandamos bem.

Então íamos para a companhia de teatro Fofos Encenam, e o Vini errou o caminho, e as meninas cantavam e cantavam, mas deu tudo certo e chegamos lá. A companhia de teatro alternativo era muito legal, tinha uma desposição diferente de plateia, não tinha uma palco definido, era bem interessante.

Íamos ver a Vila Itororó, mas estava fechada em processo de restauração, então só pudemos ver de longe.

Voltamos, então, pro hotel, jantamos e demos aquela descansada. Depois de comer, fui à oficina de parkour na praça Roosevelt, que foi bem daora. Os instrutores eram incríveis e passaram uns movimentos bem difíceis, uns saltos meio loucos, mas (quase) ninguém se feriu.

E acabou o dia, todo mundo cansado à beça.


DIA 2

Acordamos cedo, bem cedo pro nível de cansaço que a gente tava, e saímos do hotel lá pelas sete, oito da manhã.

A gente tinha que chegar na 23 de Maio, pra ver os grafites nos arcos, o que estava só alguns quarteirões disitante, mas demoramos quase três horas. E vai aqui a razão disso:

O monitor da Uggi que estava com a gente nesse dia, o Gui, é grafiteiro. A gente parou pra ver tudo que estava ao nosso redor, todo tipo de arte que colore as ruas da cidade cinza em que vivemos, e foi uma experiência bem diferente e interessante. Colocamos em vista a perspectiva do que é arte, do que é grafite e pichação, e de porque o grafite é mais valorizado.

Chegamos finalmente ao mural d’Os Gemeos, e ver aquilo de perto foi bem diferente do que ver por fotos ou filmes. A sensação de estar vivendo a cidade é muito mais prazerosa.

Fomos então à exposição na Galeria Vermelho, mas descobrimos ao chegarmos lá que não tinha exposição coisa nenhuma, estava em processo de desmontagem e, assim, não vimos nada.

Almoçamos no Sesc Pompeia, onde vimos logo depois a exposição “Terra Comunal”, da Marina Abramovic. Péssima. Ela pelada pulando, batendo no marido, comendo cebola crua e o pior vídeo era o dela lavando um crânio, juro, coisa mais do mal que já me aconteceu. Perturbador de uma forma nova, desgastante, vislumbrante mas sinistra.

Demorou, mas graças e algum deus saímos de lá e fomos para a galeria de arte A7MA, onde conhecemos o Enivo, grafiteiro do Grajaú que ficou famoso com suas obras. Ele nos mostrou toda a exposição, além do Beco do Batman, nos contando a história de cada um dos grafites. E o cara é humilde, super gente boa, falou na moral com a gente, se abriu pra caramba, e foi bem legal.

Voltamos pro hotel, descansamos e tal, e à noite teve um sarau bem divertido com todo mundo que foi pro estudo do meio. Ficaram falando pra eu ir tocar violão lá, onde já se viu, até parece que não sabem que eu sou tímido, tá louco. Mas foi bem legal sim, até o nosso coordenadores tocaram e cantaram!

Acabou aí o dia dois.


DIA 3

Nesse dia, tivemos o roteiro surpresa com as pistas, e eu já postei o vídeo mostrando o que aconteceu! Mas é legal também falar do que fizemos todos no final desse dia: fomos à Vila Maria Zélia assitir a uma peça de teatro do Grupo XIX, chamada “Hygiene”, que retrata a situação dos operários de São Paulo quando se instaurou a política de higiene na cidade. Foi bem interessante!

Voltamos, depois, à escola, e ficou por aí o estudo do meio.


Eu acho que deu bastante certo.

A experiência realmente nos aproximou todos da cidade, aquela ideia da cidade super violenta, cinza, uma desgraça, passou. Pelo menos por enquanto.

Aquela ideia de transporte público que não funciona, evaporou. Fomos pra todos os lugares que precisávamos sem dificuldade nenhuma e sem atrasos significantes.

Foi realmente marcante andar pela cidade e poder senti-la como nossa de fato pela primeira vez.

“Ah, agora eu sei tudo sobre São Paulo” seria uma mentira muito grande. Eu conheci um pouquinho da cidade, e só entendi de fato por conta dos guias e professor que acompanharam a gente. É uma pena serem só três dias. Quer dizer, é isso que importa de fato de conhecimento de vida e já acabou. Mas acho que era só a faísca. Agora fica por conta própria.

Pra você que leu até agora, meus parabéns, não sei como você aguentou.

Abraço especial pra você, e até mais!

Magaldi

Vagando por São Paulo

E aí pessoal, tudo bem ?

O post de hoje é um relato sobre nossa rotina (grupo 3) durante os 3 dias. Então, sem mais delongas, segue abaixo nosso diário de viagem :

Dia 1

Bom, como pediram pra que a gente estivesse na escola por volta das 6:30, eu acordei por volta das 5:30. Chegando na escola, encontrei a galera do meu grupo e, logo em seguida, a gente recebeu nosso Bilhete Único. Andamos até o Terminal Fiandeiras, na Avenida Santo Amaro. O objetivo era chegar na Federação Espírita, na Liberdade. Como era o 1º dia, o pessoal ainda estava meio perdido e a gente se atrasou um pouco, mas conseguimos chegar na Federação por volta das 8:30. Ficamos 1 hora e 30 na Federação e partimos logo em seguida para o Mosteiro Budista Busshinji. O mais legal de visitar o Mosteiro era o contraste que ele tinha com a cidade. Era um local sereno, tranquilo, cercado por um dos centros urbanos mais movimentados do mundo. Como a galera começou a ficar com fome nós fomos almoçar na Liberdade mesmo, num restaurante chamado Hon He. A comida do lugar era muito boa e, depois de passar 1 hora no restaurante, nós seguimos até o Centro de Controle do Metrô. Esse foi um dos lugares que a gente menos gostou. Tudo o que a gente fez foi ouvir uma apresentação de uma moça que trabalhava lá e depois fomos embora. De lá nós fomos pra Ocupação Cine Marrocos. Esse foi disparado o lugar mais legal que a gente visitou. O lugar era completamente diferente de tudo o que a gente tinha visto e o choque de realidade foi bastante intenso. Depois da Ocupação fomos pro hotel. Tomamos banho, jantamos e partimos pras atividades noturnas na Praça Roosvelt. Voltamos pro hotel, vimos Cruzeiro contra São Paulo (joguinho bem ruim, diga-se de passagem) e fomos dormir.

Dia 2

Nesse dia o roteiro era mais livre. De manhã a gente visitou a Paróquia Bom Jesus Santo Antônio do Pari e logo em seguida fomos pra Feira da Madrugada. O roteiro era mais focado no bairro do Brás, então a gente viu bastante comércio e, principalmente, muitas culturas. Os vendedores eram imigrantes de todo o mundo e era bem interessante ver toda essa diversidade concentrada em um só lugar. A gente andou bastante, então logo depois da Feira a gente foi almoçar. Nós almoçamos num restaurante peruano, Aleja. Apesar de demorar 2 horas pra ficar pronta, a comida era muito boa e, com esse pequeno atraso, a gente teve que correr pro nosso próximo destino, a faculdade Anhembi-Morumbi. Lá a gente conheceu a Gastromotiva, um programa que a faculdade oferecia para pessoas de baixa renda, oferecendo um curso de gastronomia grátis pra eles. A gente conheceu uma turma do programa e foi muito bom conversar com eles. Depois da faculdade nós voltamos pro hotel e, depois de tomar um banhão e jantar, a gente foi pro último programa do dia : o sarau. O sarau uniu muito a gente. A gente não se sentia mais só alunos da mesma escola. A gente se sentia uma família, um apoiando o outro, um cantando com o outro. Foi um dos momentos mais bonitos do Estudo do Meio.

Dia 3

Sobre esse dia já tem uma postagem no blog. É só clicar neste link : https://mnm152ag7.wordpress.com/2015/05/17/e-com-voces-dia-3/.

Essa viagem com certeza mexeu muito comigo. O modo como eu olho a cidade mudou completamente. Eu não quero mais só morar nessa cidade. Eu quero viver ela, quero aproveitar tudo o que ela tem pra oferecer. A viagem abriu nossos olhos pra tudo o que a cidade tem pra oferecer pra gente. Não me sinto mais um estranho, um turista andando por São Paulo. Agora, eu me sinto em casa.

Um abraço,

Junqueira.

Viagens na minha São Paulo

E ai pessoal,

To de volta, hoje com uma missão mais objetiva: relatar os três dias.

Vamos lá…


Dia 1:

Acordei bem cedo, lá pelas 5:00 da manhã, pra chegar as 6:00 na escola. Chegando lá, coloquei minha mala no lugar que me falaram e me reuni com o meu grupo, o grupo 7 (o melhor de todos). Depois de receber instruções e um bilhete único, saímos da escola e fomos até o Terminal Fiandeiras, na Avenida Santo Amaro, onde pegamos o ônibus que eu pego para ir para casa, o 6913-10, até o Terminal Bandeira, onde deveríamos descer e caminhar até a Rua José Bonifácio. Nesse terminal, ficamos um pouco perdidos, mas no final conseguimos chegar na José Bonifácio. Nessa rua, fomos em uma ocupação pertencente ao movimento Frente de Luta por Moradia (FLM): image

• Uma ocupação, de forma sucinta, é um local habitado por pessoas que precisam de um local para morar. Importante: essa prática não é ilegal, há um artigo na Constituição Federal que a viabiliza.

Na ocupação, conversamos com Ronaldo, responsável pelo prédio que visitamos. Ele era muito simpático, além de explicar como tudo funciona (inclusive deu a definição acima de ocupação), fez um “tour” com a gente pelo lugar, mostrando os andares e o seu próprio quarto. No final, fomos ver um terraço que tinha, onde se podia ver parte do centro de Sampa:

image

Bom, depois da visita, fomos andando pelo centro até a Galeria Olido. Nessa galeria, são exibidos filmes e concertos, além de exposições ( quando fomos tinha uma exposição ligada à circos), mas o mais legal do lugar era uma mini biblioteca, onde você pode pegar um livro para ler em uma sala, tudo gratuito.

Depois da galeria, fomos até a rua lateral, conhecida como Point Pixo, por conta das inúmeras intervenções na forma de pixe e graffiti, é um lugar muito daora:  image

Depois disso, pegamos o metrô e fomos até a Av.23 de Maio, local famoso pelo seus arcos grafitados e pelos inúmeros painéis aprovados pela prefeitura. Como já era quase 13:00, fomos até a Barra Funda de metrô para almoçar no Sesc Pompéia.

O Sesc Pompéia é um local onde existe um restaurante com um bom preço e diversas divulgações culturais. Nesse dia, vimos a exposição da Marina Abromovich, mulher muito doida, mas que mexe muito com a nossa cabeça.Além disso, participamos de um encontro em que podíamos nos pintar e acabamos ficando inteiros cobertos de tinta…

Ainda pintados, saímos do Sesc e fomos de ônibus até a Galeria A7MA, na Vila Madelena. Lá, vimos algumas exposições e também demos um passeio com o artista Enivo pelo Beco do Batman, beco inteiro grafitado, realmente muito bonito! Olha ai o grupo pintado: image

Saímos da galeria umas 17:30 e fomos direto para o Metrô Fradique Coutinho, onde pegamos a Linha Amarela até a República, estação próxima do hotel.

Após um descanso no hotel, saímos a noite e caminhamos até a Praça Roosevelt, onde eu fiz uma oficina de Break, o que foi muito legal. Não tinha noção o quão difícil e irada era essa dança.

Dia 2

O segundo dia foi o dia da pedalada:

Acordamos cedo e lá pelas 8:00 já estavamos pedalando. Saímos do centro em direção a Água Branca, onde está localizada uma sede da CET. Demoramos umas 2 horas e meia até chegar lá, mas foi muito legal andar de bike na rua e na ciclofaixa!

Na CET, vimos uma palestra relacionada a locomoção em São Paulo. Foi interessante conhecer algumas regras e placas que eu não fazia ideia que existiam. Por conta do horário, não tivemos muito tempo na CET, mas valeu a pena conhecer um pouco mais sobre o transito em Sampa.

Depois da visita, continuamos de bike até a Vila Madalena. No começo, parecia que ia ser fácil, mas então chegou o terror: a Avenida Sumaré. Apesar de não parecer tão inclinada, é muito osso subir aquela avenida…Foi muito cansativo, mas fiquei muito feliz porque consegui ficar o trajeto todo em cima da bike, não empurrei a bike em nenhum momento. Depois da Sumaré, o caminho ficou muito mais fácil, chegamos em pouco tempo no restaurante Maha Mantra, o qual tem um estilo diferente: orgânico e vegetariano.

Apesar de meus colegas terem reclamado, eu curti muito o restaurante; a comida estava suculenta. Mesmo sem carne, meu almoço foi muito bom!

Saindo do restaurante, fomos, ainda de bicicleta, até o Parque do Povo,do lado da Ponte Cidade Jardim, via ciclofaixa da Av.Faria Lima. Essa ciclofaixa em especial é muito legal, porque ela é entre os dois sentidos da avenida, então não tivemos que nos preocupar tanto com os carros.

No Parque do Povo, conversamos com Cadu, membro de um Café Bike, o Aro Meia Zero, e de algumas ONGs relacionadas com bicicletas. Foi muito interessante conversar com ele depois de um longo dia andando de bike em São Paulo:

image

Foto tirada por Pedro Kalil

Depois da conversa, fomos até o Teatro Vento Forte, teatro que eu nem sabia que existia e que é  praticamente ligado ao Parque do Povo. Lá conversamos com o responsável do teatro, um senhor chamado Ilo Krugli que contou diversas histórias para nós. Terminada a visita ao teatro, pegamos um busão até o Terminal Bandeira e depois caminhamos até o hotel.

Durante a noite, fomos até uma casa de shows, onde fizemos um sarau. Foi muito louco, todos tocaram e cantaram muito bem! No final, me arrependi de não ter tido coragem suficiente de ter tocado alguma música…acontece né.

Dia 3

Na parte da manhã fizemos o roteiro surpresa. Tudo relacionado a esse roteiro está no meu último post, acesso aqui: https://mnm152ag7.wordpress.com/2015/05/17/261/ , que tem inclusive um vídeo muito legal sobre a manhã do 3° dia.

Depois do roteiro surpresa, fomos almoçar na churrascaria Bovinu’s, como recompensa aos que reclamaram do Maha Mantra no dia anterior. Devo admitir que o almoço foi muito bom, mas o do Maha Mantra também estava espetacular. Ainda deu tempo de comermos um doce português na Casa Mathilde em frente ao Edifício Martinelli.

Terminado o almoço, pegamos o metrô e o busão até a Vila Maria Zelia, localizada no Brás, onde vimos, junto com todo o 2° ano, uma peça do Grupo XIX de Teatro, chamada Higiene. Essa peça, diferente de outras, interage fisicamente com o público, andamos com os atores pela vila enquanto eles encenavam, eles faziam perguntas para nós, de modo que acabamos participando da peça inteira. Foi muito interessante e ainda tivemos uma conversa com os atores, o que foi muito legal. No final, alguns alunos e professores disseram algumas palavras sobre os três dias, o que deixou todos muito tocados. Depois da conversa, voltados para a escola de ônibus fretado todos exaustos, mas muito felizes com o resultado desses três dias, que foram só o começo/meio do projeto.


Para concluir, queria regastar um pouco do que pensei durante as falas comoventes do final do terceiro dia. Bom, acho que a viagem me proporcionou muitas coisas, mas a que mais me marcou nesses três dias foi a possibilidade que eu tive de abraçar a cidade. No final, por mais bobo que pareça, ao abraçar a cidade, senti que ela me abraçou de volta. Criei uma nova relação com Sampa que espero alimentar cada vez mais nesse projeto, uma relação de amizade e reconhecimento, porque agora, mais do que nunca, me sinto um paulistano com vontade de descobrir a minha cidade…

Um abraço.

-Reale

E com vocês, Dia 3!

Fala galera!

Como eu mencionei na minha última postagem, o roteiro do Dia 3 era surpresa. Após uma semana de trabalho intenso de nossos queridos editores, finalmente trago pra vocês o vídeo de nossa gloriosa caça ao tesouro.

Nossa primeira dica levava até a Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima. Chegando lá, nossa missão era escolher um poema que mexesse com a gente, então eu escolhi um do poeta Olavo BIlac :

”E eu vos direi : Amai para entendê-las

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e entender estrelas”

Grupo 3 sendo espontâneo

Momento foto espontânea do grupo.

Nossa próxima parada foi na Praça Victor Civita. Nosso objetivo era conseguir uma entrevista. Conhecemos uma mulher super gente boa que aceitou ser entrevistada e, depois de um bate-papo nós descobrimos que ela era tia de uma amiga nossa da Móbile! Ninguém podia acreditar no tamanho da coincidência, quero dizer, quais as chances disso acontecer ?

Bom, nossa próxima dica levava até o Sesc Pinheiros. Dessa vez nós tínhamos que escolher alguma coisa da programação pra comentar aqui no blog, então eu escolhi comentar sobre um evento chamado Mundo dos Críticos. A proposta é analisar e criticar alguns filmes, contando com a presença de Christian Peterman e Gisele Kato, ambos críticos cinematográficos.

A última parada foi no Largo da Batata, onde a gente conversou com algumas pessoas sobre o uso da praça. Apesar de alguma reclamações, a maior parte das pessoas que frequentavam a praça achavam que ela acrescentava bastante pra região, sendo que aconteciam ali eventos culturais, como shows, oficinas, etc.

E esse foi o Dia 3 galera. Espero que vocês gostem do vídeo, porque ele significa bastante pra nós do Grupo 3. Com certeza esse grupo vai deixar saudades e, querendo ou não, esse vídeo sempre vai trazer junto um pouco de nostalgia pra gente. Um abraço,

Junqueira

O Roteiro Surpresa!

E ai pessoal,

To aqui para falar sobre o meu 3° dia, o do roteiro surpresa, como eu disse no meu último post.

Bom, nesse dia saímos do nosso hotel e caminhamos até a Praça Roosevelt com o Fepa, o Gui e o Diego. Lá, o Fepa disse para gente que naquele dia o roteiro seria de pistas, as quais tinham sido feitas por ele ( a real é que tavam bem difíceis), e que devíamos achar a resposta perguntando pras pessoas na rua, mas por conta do tempo curto, depois de 40 minutos na pista poderíamos pesquisar nos celulares. Cada pista tinha um contexto de um lugar e uma foto de uma parte desse lugar, sendo que quando ( ou se) achassemos a resposta devíamos ir até o lugar que a pista mostrava e lá tinhamos que tirar uma foto de outro ângulo.

Agora, vou falar um pouco de como foi nosso percurso nesse roteiro.


Pista 1

Já queria dizer que essa pista foi a mais osso de todas. Recebemos essas informações:

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Depois de analisar tudo, decidimos ir em um lugar que achavamos que era parecido com a foto. O Teatro Municipal foi o mais votado e nos digirimos para lá, mas no caminho perguntamos para um grupo de policiais se conheciam o lugar ou se sabiam a resposta, e eles nos falaram que não sabiam a resposta, mas que tinha a Biblioteca Mario de Andrade no final da rua, onde a gente iria encontrar a resposta. Chegando na biblioteca, perguntamos para uma bibliotecaria se ela podia nos ajudar com a pista e ela só batendo o olho já disse toda a resposta, o que foi meio constrangedor, porque do jeito que ela falava parecia tudo muito óbvio.

Com a resposta em mãos fomos até a Faculdade Mackenzie, na rua Maria Antônia, onde achamos o local da foto( o prédio em frente a faculdade) e falamos a resposta para o Fepa:

A pista refere-se a Batalha da Maria Antônia datada de 1968. Esse conflito foi entre alunos da Mackenzie e alunos da FFLCH ( Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP), o qual se iniciou quando um mackenzista atirou um ovo podre em uma aluna da USP quando essa cumpria o seu pedágio na rua, o que levou a revidada com pedras e tijolos por parte de outros alunos da USP. O conflito se iniciou com esse ato, mas tem na verdade um cunho político: os mackenzistas apoiavam o governo militar, de extrema direita, ( alguns alunos até faziam parte de um programa governamente de caça aos comunistas) enquantos os alunos da FFLCH eram de esquerda, contrários ao governo da época.

Com essa resposta, o Fepa nos deu a segunda pista…

E aqui vai a minha foto:

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Pista 2

Essa já foi mais fácil:

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Levando em consideração a palavra “vestibular” e o contexto já imaginamos que seria uma faculdade católica, como a PUC( Pontifície Universidade Católica). Para não ir no achismo, nosso grupo se dividiu e uma parte entrou na Mackenzie e perguntou para um grupo de alunas se sabia qual era resposta. Elas logo responderam que era a PUC, mas não sabiam a história exata da invasão, mesmo sabendo com toda certeza que era a PUC.

Após perguntar pela rua sobre nossa locomocão até a PUC, pegamos um ônibus elétrico e após caminhar muito em Perdizes chegamos até a faculdade. Durante o trajeto o tempo para usar celulares havia sido atingido e conseguimos a resposta via internet. Na PUC tiramos nossas fotos e falamos a resposta para o Fepa:

A invasão ocorreu em 1977 durante uma assembleia entre alunos dentro da faculdade. Essa assembleia era uma reunião para discutir o protesto que seria feito ao cerco policial sobre os alunos da PUC, da USP e da FGV, que havia ocorrido no dia anterior para impedir o Encontro Nacional dos Estudantes. As forças policiais invadiram a faculdade agredindo alunos, professores e funcionários da PUC de modo a impedir a assembleia, porque naquela época de ditadura, toda reunião com intuito de contrariar o governo era interrompida para impedir possíveis revoluções.

Ainda na PUC, para conseguir a outra pista tivemos que ir até o pátio da faculdade, onde há uma grande cruz( símbolo religioso, como dizia na pista). Lá, recebemos a 3° pista.

OBS: Minha foto da estátua por outro ângulo:

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Pista 3

Infelizmente não conseguimos fazer a pista 3 por conta do tempo curtíssimo. Na PUC usamos nossos celulares para descobrir a resposta dessa pista:

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O Parque em questão seria o Parque Zilda Natel ( Av. Dr. Arnaldo 1250), o qual é repleto de pistas de skate e cheio de artes visuais, como pichações e grafites.

Ali mesmo no pátio da PUC, recebemos a pista 4.
Pista 4

Essa pista foi a mais rápida, porque um dos alunos do grupo sabia muito sobre o assunto:

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Bom, a resposta é o Edifício Martinelli, localizado no triângulo formado pela rua São Bento, avenida São João e rua Libero Badaró, perto do Metrô Anhangabaú. Para chegar até lá, caminhamos muito, de Perdizes até o Metrô Barra Funda, onde pegamos a linha vermelha e fomos até o Metrô Anhangabaú. Andamos um pouco e já estávamos em frente ao prédio.

Sobre o Edifício Martinelli: Desenhado por Vilmos Fillinger, já foi um dos maiores prédios em São Paulo. Tem 39 andares( no vídeo vai dar para ver que nosso amigo sabia quase tudo…), o que foi impressionante para a época, mas inclusive por ser uma inovação gerou certo medo naqueles que estavam pensando em comprar um apartamento lá. Para provar que o prédio era seguro, a família Martinelli construiu sua casa no topo do arranha-céu, a qual é muito marcante por sua cor rosa:

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Galera, nesse dia, além de tudo isso, também fizemos um vídeo que gravou todo nosso trajeto, inclusive as respostas. Está muito legal, deem uma olhada:

Abraços.

-Henrique Reale.

Experiências Na Metrópole

E aí galera,

Após 3 dias de correria,dor,cansaço físico e emocional, finalmente chegou ao fim nosso Estudo do Meio. Vim aqui pra falar pra vocês o que mais me marcou durante esses 3 dias, que, pelo menos pra mim, foram sensacionais.

Dia 1

O tema do primeiro dia era basicamente religião.Durante a manhã, vistamos um centro Espírita e um mosteiro, lugares que apesar de bastante interessantes,não me impactaram tanto.O verdadeiro choque veio à tarde, quando nós visitamos a ocupação do Cine Marrocos.O lugar era gigantesco e a quantidade de pessoas que moravam lá era absurda.Enquanto a gente visitava o local um morador chamado Valter veio conversar com a gente.Valter tinha por volta de 50 anos e morava na ocupação fazia 6 meses.Durante a nossa conversa eu comecei a pensar que a única coisa que me impedia de viver num local como aquele eram apenas notas, cédulas.Papel, pra ser mais exato. Valter e eu somos iguais, Valter e eu somos pessoas, mas Valter vive uma vida dura e sofrida, enquanto eu não. Por quê? Porque Valter não possui papel.

Dia 2

Nesse dia o roteiro era mais livre, então ficou na mão do grupo decidir o que fazer.Durante a manhã nós visitamos o Brás, passando pelas lojas e pela Feira da Madrugada.Foi bem legal ver os choques culturais do bairro.Tinha de tudo : chineses, libaneses, haitianos, italianos, peruanos.O que mais me marcou nesse dia foi justamente toda essa diversidade cultural convivendo em um bairro só, cada um com seus costumes e com seu jeito, mas aceitando uns aos outros como se fossem iguais.

Dia 3

O tema desse dia era surpresa, então só descobrimos pela manhã que o roteiro seria uma espécie de caça ao tesouro.A gente recebia uma pista por vez e tentava descobrir qual era o local que a pista indicava, recebendo uma nova pista cada vez que a gente acertava o local. A ideia da caça ao tesouro foi bem legal, porque obrigou que o grupo realmente funcionasse como um só. O ponto alto do dia foi à tarde, quando nós fomos ver uma peça do Grupo XIX de Teatro.A peça era interativa e bem engraçada,  mas o que me marcou mesmo foi uma fala mais dramática de um dos atores : ”Rogai, irmãos, por um Deus distante, ou, quem sabe, para um céu vazio”. Será que tudo aquilo que a gente dá valor, tudo aquilo que a gente batalha pra conquistar, será que um dia tudo isso simplesmente vai desaparecer? E se o céu realmente estiver vazio, pra que tudo isso então? Esse com certeza foi o questionamento que mais me marcou, porque ele desafia tudo aquilo que eu acredito.

Bom galera, essas foram as experiências que mais me marcaram e que me fizeram mudar de alguma maneira.Espero que vocês tenham gostado. Um abraço,

Junqueira

Os três dias!

Bom, fizemos a viagem!

E foi animal.

Quer dizer, em sua maioria. Mas salvemos os detalhes para o que vem a seguir:


DIA 1

Começamos o dia saindo da escola de ônibus, pelo terminal da Santo Amaro em direção à ocupação da FLM (Frente de Luta pela Moradia) no antigo Hotel Cambridge. Nem tínhamos chegado ao ônibus ainda quando um homem em uma moto passou pelo meu grupo, levantou o vidro estilo juliete do capacete e mandou um beijinho pra uma das meninas. E aparentemente eu fui o mais incomodado com isso – o que me faz pensar o que há de errado com esse mundo (quando eu contei pra outras pessoas, inclusive meninas, elas riram!) e que é assim que se reforçam os estereótipos, mas that’s none of my business. Enfim, pelo menos a visita à ocupação foi logo depois, porque foi excelente. Foi incrível ver o quão organizada é a FLM, e como a realidade das ocupações é diferente do que é noticiado pela grande mídia. A gente chega lá pensando que tem um monte de gente não chão com seu cobertor, descalço e vestindo os trapos cansados que a vida lhes proporcionara… que nada. Entramos e vimos uma realidade muito melhor para as pessoas. Logo de cara, um recepcionista. Vários avisos nas paredes, que foram inteligentemente transformadas em lousas para facilitar a vida. Reparei depois em como o chão era limpo, mais até do que o da escola!

Cada andar tinha seu grupo de limpeza para cada dia da semana. Mutirões para ensino de capoeira, aulas de inglês. É chocante o quão unidos eles são.  Simone e Anderson, que nos explicaram o funcionamento do local, deixaram a organização do local abundantemente clara. Explicaram que todos os que lá moram têm um trabalho estável e contribuem com 150 reais todo mês para o pagamento das contas e das melhorias que o hotel precisa, já que o governo não faz nada. E deixaram claro que a ocupação é estritamente legal, dentro de todas as normas propostas pela prefeitura.

Foi o primeiro ponto alto do dia.

Depois de sairmos de lá, fomos ao CRAI (Centro de Referência e Assistência ao Imigrante), que foi meio chato, pelo menos pra mim, porque, sei lá, não acrescentou muito. De lá fomos para a sede da Vai-Vai, onde falamos com as pessoas mais entendiantes que eu já conheci. Foi horrível, pior que missa. O almoço na Conchetta foi maravilhoso, pelo menos. Depois visitamos um museu da História do Bixiga, uma outra galeria de arte e finalmente a companhia de teatro Fofos Encenam, o que foi bastante proveitoso e bem legal.

Mas a parte mais legal do dia foi a oficina de Parkour, na praça Roosevelt. Os instrutores eram geniais, engraçados e muito didáticos, foi animal.


DIA 2

Esse dia foi fantástico.

A gente saiu pela cidade, até a 23 de Maio, desbravando os grafitis e pichações escondidos e vivazes por trás do inanimado concreto. E a melhor parte é que um guia que estava com a gente, o Gui, é grafiteiro e conhece geral das ruas. Sabia dizer de quem era qual grafiti, quando foi feito, a história por trás de cada um.

Depois fomos ao Sesc Pompeia almoçar e ver a exposição da Marina Abramovic, eita mulher doida e sem apego à vida. Louca de pedra, sem noção nenhuma. Se filma pelada pulando com o rosto coberto por horas e é arte porque é dela. Magina se eu faço isso, vou preso por atentado ao pudor! Se filma comendo uma cebola crua e sofrendo por causa disso. Que tipo de gente faz isso?, pelo amor. Bom, estranhezas à parte, foi até interessante ver que existe gente mais doida do que o tipo normal de doido. Vai entender.

Mas o ponto alto do dia foi logo depois, quando conhecemos o Enivo, grafiteiro vindo do Grajaú, que se fez famoso pela arte nas ruas da cidade e hoje tem sua própria galeria de arte, a A7MA. O cara é gente boa pra caramba, humilde, abriu o coração pra gente, contou suas histórias, foi animal.


DIA 3

Nesse dia fizemos um roteiro surpresa, a gente tinha que ir desvendando locais para onde tínhamos que ir a partir de pistas e fotos, perguntando para as pessoas na rua onde era, foi uma ideia muito boa dos organizadores. Mas a melhor parte foi desistir das pistas. No percurso para a pista 5, eu acho, a gente achou uma exposição do Picasso (sim, O Picasso) no CCBB, e entramos. Pena que não podia tirar foto… Mas foi ótimo, porque mal pegamos fila, sendo que geralmente formam-se filas de umas 3 ou 4 horas pra entrar lá, então foi bem gratificante ver tudo sem pressa e sem aquela montoeira de gente. Mas obre o terceiro dia em especial tem post no fim de semana que vem, então não vou me estender mais.

Aquele abraço,

Magaldi

Muita coisa mudou.

E ai pessoal,

O estudo do meio já passou, mas o projeto continua. To aqui para falar sobre as partes marcantes dos três dias, mas não vou falar para onde eu fui. Por enquanto, não vou fazer um relato de viagem, agora, quero mesmo é falar sobre tudo que me atravessou em cada dia. Mas antes, só queria falar que os três dias foram incríveis e que muito do que eu falei no meu último post está se concretizando.


Dia 1

Bom, o primeiro dia foi o dia da arte urbana, do graffiti e do pixe e foi muito louco, percebi que não sabia nada sobre esse tipo de arte. Uma coisa que me marcou foi o primeiro trajeto de ônibus, porque a gente pegou exatamente o ônibus que eu pego para ir para casa e é impressionante o número de arte que existe só nesse percurso e eu nunca percebi! Foi muito louco começar a andar pela cidade e notar os graffitis e o pixes, chegando até a reconhecer os autores, consegui algumas vezes entender o que significava uma pixação, acho que até porque eu nunca tinha parado para analisar um graffite ou um pixe. Outra coisa que me marcou,e que talvez seja a que mais me marcou nesse primeiro dia, foi começar a ver o graffiti e o pixe com outros olhos. Durante toda a minha vida eu olhava feio para essas artes, mas depois desse dia eu deixei de comparar tudo, não comparo mais, por exemplo, uma letra fina feita em uma parede com um desenho patrocinado em um mural da Avenida 23 de maio, porque ninguém tem a definição certa do que é arte, do que é bonito ou feio, tudo feito na cidade tem um significado.

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Foto de autoria própria

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Foto de autoria própria

Para que comparar?

Dia 2

Esse dia foi completamente diferente do 1°, porque ficamos o dia inteiro andando de bike(15 km se não me engano). Mesmo o grupo mais distante, todos mais focados porque pedalavamos na rua, o dia foi muito reflexivo e insano. Esse segunda dia me apresentou uma nova realidade, que eu nunca tinha visto, um novo estilo de vida, o do ciclista. Percebi a diferença entre a caixinha que é o carro, individual, fechado e a bike, um objeto que é um veículo também, mas que promove um interação com o seu entorno, no caso a cidade, e com outras pessoas.É impressionante o quanto o carro torna a cidade um lugar de passagem,enquanto a bike cria aquela comunicação com o espaço ao seu redor. Essa visão que o segundo dia me passou foi o que mais me marcou. O momento que isso mais me apareceu foi quando eu estava com meu grupo no Parque do Povo e olhava em volta com outro olhar. Comecei a reparar naquele parque, na passarela que da um acesso ao parque, nos prédios em volta, e enquanto olhava tudo aquilo lembrei que passava de carro por ali pelo menos uma vez por semana, mas nunca tinha reparado nesses elementos, justamente porque a bike que os proporcionou.

Dia 3

O terceiro dia foi o único dia que eu não mencionei no post antes da viagem, porque ele consistia em um roteiro surpresa, ninguém do meu grupo sabia o que era até o começo da manhã desse dia. De forma bem sucinta, esse dia foi um tipo de caça ao tesouro, no qual tínhamos pistas sobre locais da cidade e algumas perguntas envolvendo esses locais( falarei disso mais tarde, só na próxima semana), as quais tivemos que responder perguntando para outros cidadãos, sem saber se a resposta deles estaria certa ou errada. O que mais me marcou nesse dia foi a interação com outros cidadãos, já que foi muito interessante perceber que a gente precisa conversar com outras pessoas, porque cada um tem uma história para contar. Conhecemos mais a nossa cidade ao interagir com indivíduos que fazem parte dela. Acho que esse terceiro dia, mais do que os outros, mostrou um pouco do que é “se virar”, mesmo que a gente fosse um grupo; começamos a ver que não é fácil se virar sozinho, mas que também não é impossível. Isso foi muito importante para mim, porque essa ideia ainda vai ser muito marcante durante a nossa juventude.


Espero que essas descobertas sejam apenas o começo de um novo conhecimento sobre a cidade. O projeto está longe de acabar e ainda falta muito coisa para se conhecer em São Paulo…

  • Reale