Muita coisa mudou.

E ai pessoal,

O estudo do meio já passou, mas o projeto continua. To aqui para falar sobre as partes marcantes dos três dias, mas não vou falar para onde eu fui. Por enquanto, não vou fazer um relato de viagem, agora, quero mesmo é falar sobre tudo que me atravessou em cada dia. Mas antes, só queria falar que os três dias foram incríveis e que muito do que eu falei no meu último post está se concretizando.


Dia 1

Bom, o primeiro dia foi o dia da arte urbana, do graffiti e do pixe e foi muito louco, percebi que não sabia nada sobre esse tipo de arte. Uma coisa que me marcou foi o primeiro trajeto de ônibus, porque a gente pegou exatamente o ônibus que eu pego para ir para casa e é impressionante o número de arte que existe só nesse percurso e eu nunca percebi! Foi muito louco começar a andar pela cidade e notar os graffitis e o pixes, chegando até a reconhecer os autores, consegui algumas vezes entender o que significava uma pixação, acho que até porque eu nunca tinha parado para analisar um graffite ou um pixe. Outra coisa que me marcou,e que talvez seja a que mais me marcou nesse primeiro dia, foi começar a ver o graffiti e o pixe com outros olhos. Durante toda a minha vida eu olhava feio para essas artes, mas depois desse dia eu deixei de comparar tudo, não comparo mais, por exemplo, uma letra fina feita em uma parede com um desenho patrocinado em um mural da Avenida 23 de maio, porque ninguém tem a definição certa do que é arte, do que é bonito ou feio, tudo feito na cidade tem um significado.

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Foto de autoria própria

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Foto de autoria própria

Para que comparar?

Dia 2

Esse dia foi completamente diferente do 1°, porque ficamos o dia inteiro andando de bike(15 km se não me engano). Mesmo o grupo mais distante, todos mais focados porque pedalavamos na rua, o dia foi muito reflexivo e insano. Esse segunda dia me apresentou uma nova realidade, que eu nunca tinha visto, um novo estilo de vida, o do ciclista. Percebi a diferença entre a caixinha que é o carro, individual, fechado e a bike, um objeto que é um veículo também, mas que promove um interação com o seu entorno, no caso a cidade, e com outras pessoas.É impressionante o quanto o carro torna a cidade um lugar de passagem,enquanto a bike cria aquela comunicação com o espaço ao seu redor. Essa visão que o segundo dia me passou foi o que mais me marcou. O momento que isso mais me apareceu foi quando eu estava com meu grupo no Parque do Povo e olhava em volta com outro olhar. Comecei a reparar naquele parque, na passarela que da um acesso ao parque, nos prédios em volta, e enquanto olhava tudo aquilo lembrei que passava de carro por ali pelo menos uma vez por semana, mas nunca tinha reparado nesses elementos, justamente porque a bike que os proporcionou.

Dia 3

O terceiro dia foi o único dia que eu não mencionei no post antes da viagem, porque ele consistia em um roteiro surpresa, ninguém do meu grupo sabia o que era até o começo da manhã desse dia. De forma bem sucinta, esse dia foi um tipo de caça ao tesouro, no qual tínhamos pistas sobre locais da cidade e algumas perguntas envolvendo esses locais( falarei disso mais tarde, só na próxima semana), as quais tivemos que responder perguntando para outros cidadãos, sem saber se a resposta deles estaria certa ou errada. O que mais me marcou nesse dia foi a interação com outros cidadãos, já que foi muito interessante perceber que a gente precisa conversar com outras pessoas, porque cada um tem uma história para contar. Conhecemos mais a nossa cidade ao interagir com indivíduos que fazem parte dela. Acho que esse terceiro dia, mais do que os outros, mostrou um pouco do que é “se virar”, mesmo que a gente fosse um grupo; começamos a ver que não é fácil se virar sozinho, mas que também não é impossível. Isso foi muito importante para mim, porque essa ideia ainda vai ser muito marcante durante a nossa juventude.


Espero que essas descobertas sejam apenas o começo de um novo conhecimento sobre a cidade. O projeto está longe de acabar e ainda falta muito coisa para se conhecer em São Paulo…

  • Reale

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