Armas? :)

A proposta deste post era fazer um texto sobre o documentário “Tiros em Columbine” do diretor Michael Moore, mas não quero ficar preso ao filme somente, e sim às denúncias que ele traz consigo. Vou falar, portanto, sobre armas. Sim, armas, como aquelas que o Estados Unidos utilizou para trazer prosperidade econômica ao país e levar emprego à milhares de chineses com fábricas de primeiro mundo terceirizadas na China; ou como aquelas que os africanos usam para não morrer de fome, mas de tiros – já que a fome é muito pior do que balas; ou ainda aquelas que a supremacia branca utiliza para salvar o mundo da ameaça negra. É exatamente destas armas (superestimadas por Moore) que falarei neste post.

Em primeiro lugar, o filme demonstra a benéfica ação militar dos Estados Unidos no mundo. Ação que, claramente, ajudou os cegos cidadãos americanos a ver o melhor caminho para a humanidade: o capitalismo e a democracia (exceto para os países comunistas). Para mostrar esse caminha, o EUA depôs ditaduras no Oriente Médio e impediu a doença comunista de contaminar o mundo, matando estas bestas, treinando Osama bin Laden para ajudá-lo e financiando governos “um-pouco-conservadores-de-mais” na América Latina. Então eu, que venho do Brasil e fui livrado de tamanhos ignorantes de governarem meu pais, me curvo diante dos intelectuais americanos, agradecendo-os.

Em outro momento, o mesmo justifica o porte e o livre comércio de armas nos Estados Unidos pelo medo que os civis sentem por estarem sendo, o tempo todo, ameaçados por alguma força do mal maior: ora os negros, ora os comunistas, ora os árabes e ora os terroristas… Malditas sejam estas espécies!

Extrapolando o universo bélico e lincando-o ao midiático, Michael Moore reúne matérias de jornal, reportagens e entrevistas com roteiristas de séries televisivas (como o Matt Stone e Dick Herlan) para esclarecer ao espectador que este medo – que obriga os americanos a comprarem armas – não é natural, mas sim, programado por estes meios de comunicação. Como são autoridades que pensam nesta manipulação, ninguém deve temê-la, estranhá-la, ou resisti-la, porém simplesmente aceitá-la, como tem sido feito ultimamente nos últimos anos pós-Revolução Industrial.

Por essa linha de denúncias anda o documentário “Tiros em Columbine”. Mas cuidado: quando a carapuça serve, dói a verdade.

– Ricardo Feliz